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As corretoras de seguro devem pagar Cofins à alíquota de 3% e não 4% – STJ

Segundo entendimento da Receita Federal, as corretoras de seguros estão enquadradas dentro do segmento econômico citado no artigo 22 da Lei nº 8.212/91, que engloba as instituições financeiras e, por esta razão, estão obrigadas a recolher Cofins pelo regime cumulativo à alíquota de 4% (Lei nº 10.684/03). Saliento que a alíquota geral é de 3%.

O referido entendimento foi consolidado em de 24 de Novembro de 2011, na Solução de Divergência nº 26 (que obriga toda a Receita Federal) e, portanto, continua a ser reafirmado nas soluções de consulta posteriores da Receita Federal.

Diversas corretoras foram ao Judiciário e, no princípio, as decisões sobre o tema apresentaram muitas controvérsias.

Contudo, posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça acabou pacificando o entendimento no sentido de que as sociedades corretoras de seguros, que apenas intermediam a captação de interessados na realização de seguros, não podem ser equiparadas a agentes de seguros privados (art. 22,§ 1º, da Lei 8.212), visto que referida atividade é característica das instituições financeiras na realização de negócios nas bolsas de mercadorias e futuros.

Vale dizer, o STJ  pacificou que as “corretoras de seguros” são simples intermediárias e, por esta razão, não devem se submeter ao tratamento tributário mais oneroso que é destinado às instituições financeiras e afins.

Dessa forma, a majoração da alíquota da Cofins, determinada no art. 18 da Lei 10.684/2003, de 3% para 4%, não atinge estas pessoas jurídicas.

Nesse sentido cito o recentíssimo precedente:

“(…) SOCIEDADE CORRETORA DE SEGUROS. COFINS. INAPLICABILIDADE DA ALÍQUOTA ADICIONAL DE 1% (LEI 10.648/03). ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A ORIENTAÇÃO DESTA CORTE (…) AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1.   Cinge-se a controvérsia em torno da possibilidade de majoração da alíquota da COFINS, de 3% para 4%, sobre o faturamento de corretora de seguros.

2.   Esta egrégia Corte Superior entende que as Sociedades Corretoras de Seguros, responsáveis por intermediar a captação de interessados na realização de seguros, não podem ser equiparadas aos agentes de seguros privados (art. 22, § 1o. da Lei 8.212), cuja atividade é típica das instituições financeiras na busca de concretizar negócios jurídicos nas bolsas de mercadorias e futuros. Destarte, a majoração da alíquota da Cofins (art. 18 da Lei 10.684/2003), de 3% para 4%, não alcança as corretoras de seguro.

3.   Ademais, afigura-se inadequada a argumentação relacionada à observância da cláusula de reserva de plenário (art. 97 da CRFB) e do enunciado 10 da Súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, pois não houve declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos legais suscitados, tampouco o afastamento destes, tão somente a interpretação do direito infraconstitucional aplicável à espécie.

4.   Agravo Regimental da Fazenda Nacional desprovido”.

(AgRg no AREsp 441.705/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/06/2014, DJe 20/06/2014)

Assim, aquelas corretoras que se sentirem lesadas devem procurar o Judiciário para pleitear a restituição do que pagaram nos últimos cinco anos e para deixar de pagar a alíquota majorada no futuro, pois terão grande chance de obter êxito.

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  • Na matéria, ao invés da citação da sistemáica NÃO cumulativa ... o correto não seria só CUMULATIVA??

  • Dra. Amal, se o contribuinte deixar de recolher a partir de agosto/14, os 4%, e sim os 3%, a RFB pode cobrá-lo administrativamente a diferença de 1%???

    • Ola Geraldo.
      A Receita pode cobrar a diferença. Quem quiser pagar menos e/ou ter os valores pagos a maior restituídos deve entrar com uma ação.

  • Dra. Amal, esta lei não prividenciaria 8212/91? Só que enter, pois o reembolso das diferença a receber só via judicial. Administrativamente eu acho perder tempo...

    • A Lei 8.212 é previdenciária, mas ela trata das atividades de instituições financeiras e similares no art. 22). Para pagar a Cofins à alíquota de 3% os corretores de seguro devem ir ao Judiciário, pois não vão conseguir na via administrativa.